Ameaçar o ciclista com o carro é infração gravíssima, passível de suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo e da habilitação:
Andar de bicicleta é saudável e os benefícios para a saúde ultrapassam os riscos de lesões no trânsito. Além disso, quanto mais aumenta o uso, mais seguro é andar de bicicleta.
As bicicletas podem não ser apropriadas para todos indivíduos, nem para todos os tipos de deslocamento, mas na maioria das cidades elas têm a capacidade de desempenhar um importante papel
Em 2009 a Agência Nacional de Transporte Público – ANTP, realizou o Relatório Geral de Mobilidade Urbana constatando que nas cidades brasileiros com a população entre 60 a 100 mil habitantes, mais de 50% das viagens são realizadas a pé e por bicicleta. Nas cidades mais populosas este número diminui e consequentemente aumenta a utilização dos motorizados, carro, moto e transporte coletivo.
Em 2018 foi constatado que atualmente temos 3.291 km de vias destinadas aos ciclistas; em 2014, eram 1.414 km. Ainda assim, elas correspondem a apenas 3,1% da malha viária total das cidades.
A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) mantém um mapa com a estrutura cicloviária permanente da capital paulista. Esse mapa vem sendo atualizado conforme as novas ciclovias são inauguradas. Clique aqui para visualizar o mapa.
Sem dúvidas quem utiliza a bicicleta como meio de transporte e tem esse estilo de vida está buscando uma vida mais saudável e sustentável ou, no mínimo, busca por algo melhor para si e para as pessoas na sua volta.
Você consegue perceber a importância de pensar no próximo? No meio ambiente? Nas novas gerações? Esse impacto é muito maior do que podemos imaginar. Deixar o carro na garagem e ir para o trabalho de bicicleta é uma atitude imensurável, de tão positiva. Porém esta atitude positiva requer atenção redobrada pois acidentes acontecem.
A participação do poder público é de caráter fundamental para a implantação de um sistema viário eficaz e seguro em nosso país. Fazer em época de campanha eleitoral promessas eleitoreiras, e sem guardar as devidas proporções do ingresso do modal bicicleta no dia a dia da população sem os estudos prévios e devidos para sua integração como meio de transporte, mobilidade e melhoria da qualidade de vida do cidadão, é uma atitude irresponsável e sem compromisso com a saúde da população e com questões ambientais locais e planetárias.
No período de 2011 a 2014, a principal causa de morte de ciclistas no trânsito, segundo o relatório da CET, foram as colisões, batida de dois veículos em movimento.
Estar sempre atento no trânsito é muito importante para antecipar qualquer situação. Hoje em dia existem atualmente grupos que praticam essa atividade física à noite, se você está pensando em fazer parte de um deles, ou se já tem o hábito de pedalar à noite, confira abaixo algumas dicas que separamos para você.
1 – Conheça o código de trânsito
O CTB Código de Trânsito Brasileiro já inclui direitos e deveres relacionado aos ciclistas. É fundamental saber seus pontos principais.
Leve em consideração que algumas de nossas dicas abaixo podem sugeri-lo a quebrar alguma regra do CTB. Cabe a cada um avaliar o quanto sua segurança é mais importante.
2 – Não pedale na contra-mão
Além de ser uma infração do CTB, muitos estudos realizados indicam que esta é a pior forma de se andar de bicicleta.
Muito ciclista acredita que essa forma é mais segura, pois é possível ver os veículos a frente e supostamente escapar de uma situação de perigo. A verdade é que simplesmente não dá tempo para o ciclista tomar uma atitude nesses casos.
Como a velocidade de aproximação é maior, um motorista pode ter mais dificuldades em ver o ciclista, especialmente em curvas. Além disso, em caso de colisão, as velocidades serão somadas, aumentando o dano com o impacto.
Para piorar, um ciclista na contra-mão vai atrapalhar outro ciclista na mão correta ou mesmo causar uma colisão, especialmente em conversões. Pedestres também não costumam olhar para a mão oposta para atravessar e colisões assim também são frequentes.
3 – Não escute música ao pedalar no trânsito
Ouvir música enquanto pedala é muito bom, mas deixe isso para áreas sem carros. É preciso estar atento aos sons ao seu redor. Ambulâncias, carros de polícia, até mesmo outras pessoas te alertando de algum problema são os casos mais extremos.
Porém, com o tempo você também vai saber, pelo som do motor, se algum motorista pode estar em alta velocidade atrás de você e tomar alguma decisão baseada nisso.
4 – Evite as laterais quando o trânsito está parado
A melhor maneira de sempre ser visto é não trafegar em lugares onde ninguém espera encontrar um veículo. Um exemplo é o canto da direita quando o trânsito está parado. As chances de alguém te dar uma fechada para entrar em uma rua, um passageiro de ônibus saltar fora do ponto ou um passageiro do carro abrir a porta na sua frente crescem exponencialmente. O CTB permite trafegar pelo corredor quando o trânsito está parado (art. 211).
Ao trafegar pelo corredor, se algum motociclista colar na sua traseira, mantenha a calma e a velocidade controlada. Quando tiver oportunidade, abra passagem e sinalize com a mão para que ele ultrapasse.
5 – Respeite, quase sempre, os sinais
Os faróis vermelhos devem ser respeitados, não só para cumprir o CTB, mas também por que evita riscos que, mesmo ciclistas experientes, podem passar quando distraídos. Não é incomum veículos em alta velocidade, furarem um cruzamentos, além de ambulâncias ou carros de polícia.
Pedestres também podem notar que não tem fluxo de carro e atravessar correndo sem qualquer aviso, especialmente para pegar ônibus.
Porém, existem 2 exceções. Uma delas é quando é uma área perigosa e você tem medo de ser assaltado. Nesse caso, redobre a atenção com os pedestres e em cruzamentos se decidir furar.
O outro caso é evitar o “estouro de boiada”, ou seja, quando o ciclista sai em baixa velocidade e é ultrapassado por veículos muito mais rápidos. De qualquer forma, esse caso é mais comum em vias de grande movimento.
Nunca, jamais, sob hipótese alguma fique ao lado de veículos em curvas e rotatórias
6 – Curvas e Rotatórias
Sob hipótese alguma fique ao lado de veículos em curvas e rotatórias, já que o risco de ser prensado é enorme. Quando estiver se aproximando de uma rotatória ou curva, ocupe a pista e não deixe ninguém ultrapassar você ou espere não ter algum carro próximo.
Isso vale para carros, mas muito mais para onibus e caminhões. Quanto maior o veículo, mais a parte central dele chega perto da guia em mudanças de direção, gerando um risco enorme para quem está do lado.
7 – Evite trafegar colado aos cantos
Embora possa parecer mais seguro no começo, trafegar colado ao canto da via é extremamente perigoso. Além do asfalto muito mais sujo, o canto ainda costuma ser cheio de buracos e grelhas de bueiro, que podem prender facilmente a roda de uma bicicleta.
Além disso, se um motorista tirar uma fina nesta situação, você fica sem espaço para manobras e corre o risco de sofrer o tipo mais perigoso de acidente – aquele onde o guidão é tocado pela lataria, virando para o longe do veículo e jogando o ciclista para baixo das rodas.
8 – Utilize boas luzes
Ser visto é uma parte importante da segurança. Lembre-se de investir em um bom jogo de luzes, principalmente na dianteira. Pode até parecer um contra-senso, mas abalroamentos por trás são menos comuns do que colisões em cruzamentos. Além disso, é muito importante ser visto quando estamos no corredor, já que é fácil tomar uma fechada nesta situação.
Além do asfalto muito mais sujo, o canto ainda costuma ser cheio de buracos e grelhas de bueiro, que podem prender facilmente a roda de uma bicicleta.
Dicas avançadas
9 – Seja rápido
Uma das situações de maior risco para o ciclista é quando ele é ultrapassado por um outro veículo. Além das famosas “finas” que podem facilmente derrubar alguém, ainda existe o problema dos motoristas apressados que ultrapassam bicicletas e fazem conversões bem na frente delas.
Para reduzir o número de ultrapassagens, andar em velocidade mais elevada é sempre bom. O mesmo vale para quando pegamos alguma avenida mais movimentada sem ciclovias. Neste caso, quanto mais próximo você estiver da velocidade do trânsito, melhor.
Pegando o caso das Marginais, em São Paulo. Certamente, circular por ali à 20km/h é uma temeridade, já que a velocidade máxima da via é de 50km/h. Porém, andando a 40km/h, os carros ultrapassam você com muito menos frequência. Além disso, em caso de colisão traseira, o impacto é reduzido graças a menor diferença de velocidade entre os veículos.
10 – Segurança no corredor
Andar no corredor é uma situação comum, mas arriscada. Quando o trânsito está parado, é preciso prestar muita atenção ao ultrapassar veículos grandes como caminhões pelo risco de algum motoqueiro ou pedestre sair de trás de um deles quando você estiver vindo.
Nessa situação, reduza a velocidade e não conte com a sorte. Se sua bicicleta for de speed, ande com as mão em uma posição que possibilite o acionamento imediato dos freios.
Ficar atrás dos carros é arriscado, já que o poder de frenagem deles é maior do que o da maioria das bikes e corre-se o risco de ficar prensado em um engavetamento.
Quando o trânsito está andando, o risco do corredor cresce muito. Ficar atrás dos carros é arriscado, já que o poder de frenagem deles é maior do que o da maioria das bikes e corre-se o risco de ficar prensado em um engavetamento.
11 – Mudanças de faixa no corredor
No corredor, fique atento a veículos mudando bruscamente de faixa. Isso costuma acontecer quando uma faixa para e a outra continua em movimento. Se essa situação acontecer, olhe se não tem carros vindo e desloque-se para o centro da faixa que ainda está andando. Com isso, sobra mais espaço para manobras caso alguém resolva dar aquela costurada brusca.
Sempre fique na defensiva quando houver desvios ou entradas para outras ruas. É muito comum motoristas mudarem de faixa ou dobrarem, sem qualquer aviso, seja por não notar sua presença ou por desrespeito mesmo.
12 – Alças de acesso
Em avenidas mais movimentadas, cruzar alças de acesso é uma situação de risco bastante elevado. Por isso, ao se aproximar de uma, aumente a velocidade o máximo possível, vá para o meio de sua faixa e sinalize de forma incisiva que pretende seguir reto. Se possuir a habilidade, olhe para trás sem mudar de direção para ter certeza que nenhum carro está vindo para cima de você.
13 – Aprenda algumas técnicas
Embora possa parecer complicado, aprender algumas técnicas como frenagens de emergência e pequenos saltos podem salvar você de muitos tombos. No caso das frenagens, a conta é bem simples: quanto mais rápido você conseguir parar a bicicleta, maiores a chances de evitar uma colisão.
Para os saltos, o que acontece é que e pular por cima de um buraco é muitas vezes mais seguro do que tentar desviar dele. Até porque, desviar bruscamente pode fazer um pneu derrapar ou pior: você pode acabar “se jogando” na frente de um motorista mal educado que iria ultrapassar você sem respeitar a distância lateral mínima.
Andar de bicicleta está ficando cada dia mais fácil, mas não é por isso que devemos baixar a guarda e andar de forma muito despreocupada. No trânsito vale a sua atenção e também a calma para tomar as decisões certas em momentos de emergência.
Não foi citado respeito aos pedestres. Por ex: não andar na calçada que aliás não é permitido a não ser empurrando a bicicleta , respeito a faixa de pedestre. Bicicleta também é veículo e machuca e pode dependendo do impacto causar danos irreparáveis ou fatais. Antes de cobrar respeito e direitos, respeite pedestres e regras de trânsito, todos somos responsáveis pela segurança no trânsito.