“Observar o trânsito, de forma que se pare o mínimo possível, evitando frenagens repentinas e otimizando as frenagens, as retomadas de velocidade e as acelerações, ajuda na diminuição do consumo”.
Segundo levantamento feito por EXAME.com, em parceria com a consultoria automotiva Jato Dynamics. O gasto com combustíveis em um ano pode variar entre R$2.890 e R$7.390 reais, com base nos dados do ranking de consumo anual de combustíveis do Inmetro.
“É um valor aproximado, pois existem diversas variáveis inclusas, como o tamanho e a potência do motor”, diz.
O gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Dynamics, Milad Kalume Neto completo “Com boas práticas de direção e manutenção do carro, é possível reduzir em até 35% o consumo de combustível.”
Trocar a marcha da maneira correta economiza combustível
Para compreender essa relação, é necessário saber que as marchas são engrenagens servem para passar a força do motor para as rodas e são divididas em números que correspondem a faixas de limite de velocidade, que vão aumentando gradualmente. Se a motorista acelerar demais e passar do limite indicado para cada marcha, vai causar desgaste do motor e um desperdício grande de combustível. Acelerar de menos também não é indicado, já que a falta de velocidade vai obrigar a diminuir a marcha e repetir o movimento, o que também vai gastar mais.
“Cada motor tem sua faixa ideal de força a ser explorada para garantir o melhor desempenho e economia. A condutora deve ficar atenta quanto à resposta rápida do motor em relação à carga solicitada. Se em uma determinada marcha pisar mais no acelerador, mas observar que a resposta é lenta, deve trocar a marcha, porque nesta condição o consumo será maior”, orienta o professor técnico em automobilística do Senai Melsi Maran.
A velocidade de giro ou rotações por minuto (rpm) de cada veículo varia, mas pode ser medida pelo contagiro que fica no painel do automóvel. A hora certa de trocar a marcha na aceleração é quando o ponteiro indicar um valor próximo de 2.500 rpm. Com a mudança, o ponteiro vai diminuir o número. Assim que ele se aproximar novamente do valor, é o momento de aumentar para a próxima marcha, e assim por diante.
Como economizar gasolina câmbio automático
“Os automáticos podem se tornar até mais econômicos que os manuais.”
Antigamente os câmbios automáticos gastavam mais do que o manual pois câmbios automáticos possuíam menos marchas, a maioria de três a quatro. Com o avanço da tecnologia automotiva, esse número foi aumentando e hoje muitos modelos têm mais marchas que os carros manuais.
Como um dos fatores que influenciam no gasto de combustível é o tempo de troca da marcha, os automáticos podem se tornar até mais econômicos que os manuais. Isso porque, o carro com câmbio automático faz a troca de marcha no tempo exato ditado pelo giro do motor, enquanto o carro manual depende do motorista. E se quem estiver à frente do volante gostar de saídas bruscas, ultrapassagens constantes e andar a milhão, o carro desse motorista vai gastar mais que um automático da mesma categoria. Aliás, as montadoras têm investido bastante em modelos que tem o propósito de unir a segurança e comodidade do câmbio automático a tão necessária economia do motor.
É fundamental que você saiba o que fazer para compensar o gasto maior de combustível dos carros com câmbio automático. O primeiro passo é evitar saídas bruscas, ultrapassagens e alta velocidade.
Depois, você pode utilizar a função N sempre que o carro estiver parado no trânsito. Quando estiver subindo vias muito inclinadas coloque no modo 1.
Dicas para economizar gasolina
1. Use o ar-condicionado com menos frequência
“O ar-condicionado é responsável por cerca de 20% de aumento no consumo de combustível”, afirma Kalume Neto. Usar insulfilm, estacionar o carro na sombra para depois não precisar ligar o ar na maior velocidade e desligar o ar alguns minutos antes de alcançar o destino são algumas dicas para usar menos ar-condicionado, mesmo no verão.
2. Dirija mais devagar
“Quanto maior a velocidade, maior a resistência do ar. Quanto maior a resistência, maior o consumo”, afirma Kalume. Em velocidades menores, a diferença pode não ser tão grande, mas a dica se aplica bem a velocidades mais altas. Ao dirigir a 140 km/h, por exemplo, consome-se 25% mais combustível do que a 110 km/h, segundo a Energy Saving Trust, organização de promoção ao uso de energia sustentável do Reino Unido.
3. Troque de marchas da maneira correta e dirija com suavidade
“A troca de marchas deve ser feita nos ‘tempos certos’, sem esticar exageradamente entre uma e outra troca”, orienta Amos Lee Harris Junior, diretor da Universidade Automotiva (Uniauto). As esticadas na troca de marcha são grandes vilãs do consumo de combustível, por isso os motoristas devem seguir as orientações do manual do veículo para saber a velocidade ideal das trocas de marchas.
Harris acrescenta que o pé no acelerador é o melhor ‘promotor de redução ou aumento de consumo’. “A aceleração deve ser sempre feita com suavidade e com o pisar mais leve possível”, diz.
Também não se deve usar o ponto morto em descidas. O ideal é descer com o carro engrenado e sem acelerar. “Nesta condição de inércia, o sistema de injeção bloqueia o combustível ao motor evitando qualquer consumo de combustível. Mas, no ponto morto, o motor continua funcionando em marcha lenta consumindo mais combustível.”, explica Kalume. Ele também orienta que em veículos com câmbio automático, deve-se evitar o “kick-down” que é a redução de uma marcha provocada ao apertar o pedal do acelerador até o final do seu curso.
4. Quando possível evite congestionamento e os trajetos com muitos semáforos
Trafegar em marchas baixas e fazer paradas frequentes também podem elevar o consumo de combustível.
Manter a velocidade do veículo o mais uniforme possível, evitando situações de trânsito intenso ou trajetos com muitos semáforos, pode ajudar na economia. Se não for possível evitar os congestionamentos, o gerente da Jato Dynamics orienta: “Observar o trânsito, de forma que se pare o mínimo possível, evitando frenagens repentinas e otimizando as frenagens, as retomadas de velocidade e as acelerações, ajuda na diminuição do consumo”.
5. Calibre os pneus com o nível certo e mantenha o alinhamento da direção em ordem
“A calibração incorreta dos pneus aumenta o atrito do pneu no solo causando aumento do consumo. E o mesmo ocorre com um carro sem o alinhamento de direção em ordem”, explica Kalume. É como tentar dirigir uma bicicleta com o pneu murcho ou com a direção desalinhada, o esforço é muito maior, resultando em maior consumo de energia. Para saber qual é o nível de calibragem ideal do seu carro e quando deve ser realizada a revisão do alinhamento, basta observar o manual do veículo.
6. Faça a manutenção correta do óleo e do filtro de ar
Com o filtro de ar sujo, diminui-se o fluxo de ar para o motor, prejudicando a mistura de ar e combustível ideal para o bom rendimento do motor.
Novamente, é necessário seguir o manual do veículo para a troca no tempo certo. E se o motorista costuma trafegar por estradas com poeira, areia ou lama, vale substituir o filtro antes mesmo do tempo indicado no manual.
Um óleo de má qualidade ou vencido também elevará o consumo de combustível pois o atrito do motor será maior, provocando aquecimento. “Deve-se manter sempre em ordem as velas e cabos de ignição, o filtro de ar, o sistema de escape e os sistemas de ignição e de injeção de combustível. Um motor desregulado provoca aumento de consumo de combustível além de desgaste prematuro”, diz Kalume.
7. Use o combustível indicado no manual
Os combustíveis “premium” podem não influenciar em nada o desempenho do carro, a despeito do que alguns postos de combustíveis propagandeiam. Por isso, eles só devem ser usados quando houver essa indicação no manual do veículo, caso contrário, eles só irão aumentar os gastos à toa. E o inverso também vale, se o carro requer combustíveis premium e é abastecido com os convencionais, o motor pode ser prejudicado e o barato sairá caro.
8. Escolha os postos de combustíveis certos
Postos com má aparência, de marcas desconhecidas e com valores absurdamente baixos podem ser furadas. E se um posto é bastante frequentado por frotistas e taxistas, em contrapartida, esse pode ser um indicativo de preços baixos e qualidade. Com a maior troca de informações, as empresas e os taxistas sabem quais postos têm a melhor relação entre custo e benefício.
“Procure abastecer no posto de sua confiança, onde você frequentemente conversa com os frentistas e conhece o gerente. Com isto você evita combustíveis “batizados” ou bombas com defasagem de quantidade”, orienta o diretor da Uniauto.
Outra recomendação também é não abastecer o carro no primeiro posto de combustível encontrado dentro de uma longa distância, como em uma estrada. Com poucas opções na região, esses postos podem ter um valor mais elevado por serem a última saída para muitos motoristas.
Mantenha o veículo com a manutenção em dia e aproveite o da melhor forma.